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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

* Smartphones ajudam revistas a se tornarem interativas


Stephanie Clifford

A mídia impressa pode ser bidimensional, mas isso nunca impediu as editoras de revistas de tentar acrescentar dimensões adicionais às páginas de suas publicações. Há pelo menos uma década, elas vêm testando códigos de barra e ícones que conduzem leitores a sites, em um esforço por oferecer alguma interatividade.

No entanto, o consumidor comum não dispõe de um leitor de código de barras - ou pelo menos não dispunha até agora. Com a súbita onipresença dos celulares inteligentes, que têm aplicativos capazes de ler códigos de barras, e de celulares equipados com câmeras, capazes de fotografar ícones, revistas como a Esquire e InStyle estão acrescentando recursos gráficos interativos a seus artigos, enquanto a Entertainment Weekly e a Star vão passar a inclui-los em anúncios.

Enquanto isso, as editoras usam programas de mensagens de texto para tentar animar suas páginas; as mensagens com informações são enviadas aos leitores, e a resposta destes é utilizada para calibrar as pautas.

A ideia não é nova. Em 2000, uma empresa chamada Digital Convergence criou um produto chamado :CueCat. A premissa era avançada, mas simples: as páginas de revistas conteriam códigos de barras que os leitores poderiam escanear, e isso os conduziria a sites específicos. Isso os ajudaria a encontrar a camisa que estava no anúncio, ou a obter informações sobre a picape Ford que desejavam.

Mas a tecnologia era ineficiente. As publicações que utilizavam o sistema, entre as quais as revistas Forbes e Wired, tinham de enviar aos seus leitores uma leitora manual de código de barras e um CD com o software :CueCat. Os assinantes precisavam instalar o software, conectar o aparelho aos seus computadores e usá-lo para ler os códigos de barra. O método era complicado e trabalhoso, e na maioria dos casos seria mais fácil fazer uma busca ou mesmo copiar manualmente um longo endereço de web. Esse é um dos motivos principais para que o :CueCat tenha desaparecido do mercado.

Mas hoje os usuários não precisam de nada disso, porque dispõem de celulares inteligentes."A ideia é basicamente a mesma - mas agora todo mundo tem um leitor eletrônico de código de barras no bolso", disse Jonathan Bulkeley, presidente-executivo da Scanbuy, que está trabalhando em um programa que envolve o uso de celulares com a Esquire, bem como junto a outras publicações.

É claro que ainda restam certas preocupações, passados 10 anos. As editoras podem publicar quantos códigos de barras desejarem, mas convencer os leitores a usá-los é outro assunto. Embora códigos de barra estejam integrados à vida cotidiana de países como o Japão - as pessoas obtêm informações sobre valores nutritivos lendo os códigos de barra na embalagem de sanduíches McDonald's -, os consumidores norte-americanos jamais desenvolveram o hábito. E agora que os serviços de busca são rápidos e precisos, os anunciantes e as editoras provavelmente terão de oferecer algo de espetacular, e não um simples site, para convencer as pessoas a ler um código de barras.

Em sua edição de março, a Esquire terá códigos da Scanbuy em um artigo sobre a Esquire Collection ¿ "os 30 itens de que um homem vai precisar por toda a vida", diz David Granger, editor-chefe da publicação. Ao lado de cada item estará impresso um pequeno código semelhante a um conjunto de quadradinhos brancos e pretos, e os leitores poderão lê-lo com um celular dotado de acesso à web.

O código os conduzirá a um cardápio de navegação que oferece conselhos de moda da Esquire quanto ao item, e informações sobre onde comprá-lo.

Um aplicativo chamado ScanLife, amplamente disponível online para download gratuito, transforma um celular em leitor de código de barras. Existem versões para o iPhone, o BlackBerry e aparelhos com o software Android, e o aplicativo vem de fábrica em muitos dos celulares da Sprint nos Estados Unidos. O ScanLife também consegue ler códigos de barra padronizados, em muitos modelos de celular, e por isso pode ser usado, por exemplo, para comparações de preços.

"Sempre ouvimos falar de tecnologias diferentes que permitem que as pessoas reduzam a distância entre a inspiração de ver alguma coisa em uma revista e fazer alguma coisa concreta a respeito", disse Granger.

Ainda que a Esquire vá fornecer aos leitores informações sobre lojas que vendem os produtos, disse Granger, por enquanto a revista não procurará comissões sobre as vendas propiciadas por esse uso da tecnologia. "Não estou certo de que tenhamos uma maneira clara de receber um quinhão, por enquanto", disse. "Mas seria interessante fazê-lo, caso a ideia decole".

Granger acrescentou, porém, que a Esquire teria de considerar cuidadosamente algumas questões de integridade editorial despertadas por esse tipo de tecnologia.

Bulkeley disse que a decisão da revista de introduzir o Scanbuy na porção editorial da revista, e não como anúncio, faz sentido. "Creio que os anunciantes verão aquilo e imaginarão que poderiam fazer o mesmo. Mas é importante que a liderança seja do lado editorial, para mostrar aos anunciantes que a revista apoia a ideia, já que existe a necessidade de um componente educativo", disse.

Calças Dockers, da Levi's, estão entre os produtos destacados na coleção Esquire. Jennifer Sey, vice-presidente de marketing mundial da Dockers, diz que a empresa quer ver a reação dos leitores, e acrescentou que veicular anúncios contendo códigos "é uma ideia realmente interessante e que nós podemos empregar".

Tradução: Paulo Migliacci ME

FONTE: http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI4199661-EI4796,00-Smartphones+ajudam+revistas+a+se+tornarem+interativas.html

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