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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

* Abastecer com álcool está mais caro em quase todo o país


Motorista já sabe: não vale a pena pôr álcool no tanque no país quase inteiro. O responsável pelo alto preço do combustível é um conjunto de fatores como chuvas e preço do açúcar no mercado.

Os motoristas já perceberam. O preço do álcool disparou.

"É um absurdo. A gente tem tanta plantação, tanto espaço, tanta infraestrutura para isso e a gente acaba pagando mais", disse uma motorista.

De setembro para cá, o aumento médio do combustível no Brasil foi de quase 29%. Atualmente, em quatro estados e no Distrito Federal, o álcool está mais de R$ 2,20. O preço médio no Rio Grande do Sul chega a R$ 2,31.

"A partir de abril a safra entra de fato em regime e começa a operar em regime, quando os preços devem cair", declarou Ricardo Dornelles, que é diretor do departamento de Combustíveis Renováveis.

Quem tem carro flex, já decidiu o que fazer.

"Sem chance de usar álcool. Eu prefiro usar gasolina", afirmou a motorista.

Atualmente, segundo a Agência Nacional de Petróleo, só vale a pena abastecer com álcool em Mato Grosso, onde a gasolina custa R$ 2,71 e o álcool, R$ 1,70.

No ano passado, 2,7 milhões carros flex foram vendidos, 90% do total. Como o preço do álcool estava baixo, a venda do combustível chegou a aumentar 25% em relação a 2008.

Mas, com a disparada do preço, o consumidor começou a mudar para gasolina. A venda de álcool caiu mais de 30% esse mês. É isso que está evitando que os preços subam ainda mais.

No Brasil, o preço dos combustíveis é livre, mas essas oscilações muito bruscas preocupam o governo. Por isso, a partir da próxima segunda-feira, a mistura do álcool na gasolina vai diminuir de 25% para 20%. Vai sobrar mais álcool: 100 milhões de litros por mês. Isso vai ajudar a segurar os preços, mas há outras medidas entrando em vigor.

O BNDES vai usar R$ 2,5 bilhões esse ano para financiar a criação de um estoque regulador de álcool para enfrentar o período da entressafra. O imposto de importação do etanol dos Estados Unidos pode ser reduzido a zero e a Agência Nacional do Petróleo prepara um novo conjunto de normas e leis para regulamentar o setor.

"A ANP nesse novo marco regulatório passar ser reguladora do álcool desde a produção até a revenda", afirmou o diretor da ANP, Allan Kardek.

A chuva na lavoura no fim do ano passado deixou 50 milhões de toneladas no campo.
Além disso, a tonelada do açúcar no mercado internacional aumentou 25%. O Brasil exportou 26% mais de açúcar do que em 2008.

"O açúcar teve um preço melhor. Ia se fazer açúcar e álcool, mas nós não conseguimos fazer nem o açúcar nem o álcool suficiente para atender o mercado", disse o usineiro Antônio Eduardo Tonielo.

Dados da Unica, que representa a indústria canavieira, mostram que a colheita no ano passado cresceu 5% em relação a 2008.

Do total de cana esmagada nas usinas dos estados do sudeste, sul e centro-oeste saíram mais de 28 milhões de toneladas de açúcar: um crescimento de 6%.

Um especialista acredita que a produção de açúcar vai aumentar mais ainda.

"Preços do açúcar estão muito promissores. As usinas vão jogar uma parte maior para o açúcar e isso representará uma exportação muito boa para o Brasil. A tendência é que seja uma safra mais açucareira esse ano", declarou o economista USP Marcos Fava Neves.

Já a produção de álcool ficou em pouco mais de 22 bilhões de litros: uma queda de 6,5%.

Resultado: o ano começou com um estoque menor de álcool na bomba, para o período da entressafra: 36 % a menos que nos últimos dois anos.

Uma situação que só vai se resolver em março, quando começa a moagem da cana.

A safra deste ano ainda não começou, mas as indústrias que produzem peças e equipamentos para as usinas estão funcionando dia e noite para atender aos pedidos.

Às 19h, quando muitos trabalhadores estão indo embora para casas, em Sertãozinho, no interior paulista, uma parte dos dez mil metalúrgicos está entrando nas fábricas para trabalhar.

Uma fábrica contratou mais gente e espera manter esse ritmo por um bom tempo.

"A previsão é ficar com o terceiro turno direto até abril mais ou menos", disse o coordenador de produção Fabiano Menon.

FONTE: http://g1.globo.com/jornaldaglobo/0,,MUL1466169-16021,00-ABASTECER+COM+ALCOOL+ESTA+MAIS+CARO+EM+QUASE+TODO+O+PAIS.html

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