Ads 468x60px

Labels

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

* A vida dos imigrantes em São Paulo

O Brasil, um país que exporta, mas também importa mão de obra, deu prazo até o dia 30 para estrangeiros que estão ilegais entrem com o pedido de anistia.

É um jeito já adotado por muitos outros países para tentar diminuir a ilegalidade e também o regime de exploração pelo qual passam muitos dos ilegais.

São Paulo tem lugares onde se fala espanhol. “Somos bolivianos e não podemos perder a cultura boliviana”, fala Angel Shouke, costureiro.

Quem fala português é bem recebido. Mas, da câmera, tem imigrante que não gosta.

É que muitos estão no Brasil ilegalmente. Vieram seduzidos por anúncios em seus países, como conta um boliviano.

“Tem aqueles anúncios nos jornais, tem jornal mesmo oficial lá. Tem anúncio nas rádios e também toma contato mediante os parentes, amigos, familiares,”, diz Wilber Rivas, coordenador do Espaço de Informática e Cidadania do Centro de Apoio ao Imigrante.

Muitos ilegais chegam ao Brasil como turistas. Outros entram de forma clandestina, por cidades como Foz do Iguaçu, Corumbá, Guajará-Mirim e Brasileia.

O Ministério da Justiça calcula que haja 50 mil imigrantes ilegais no Brasil. Para algumas ONGs, chegam a 200 mil.

Mas, até o fim do mês, os ilegais têm a chance de conseguir a anistia e se regularizar.

O imigrante tem que provar que entrou no Brasil até 1º de fevereiro deste ano. Anistiados, poderão tirar CPF, carteira de trabalho, abrir contas bancárias e estudar na rede pública.

Quase todo imigrante sul-americano que vem a São Paulo acaba trabalhando como costureiro. Mas é um ofício que, normalmente, eles não conhecem. Por isso, no começo, é comum que trabalhem quase de graça, pelo aprendizado.

“Dependia da peça que a gente fazia, dependia de 8,10,15 centavos por peça, trabalhava das sete horas, seis horas da manhã até meia-noite, uma hora da manhã, duas horas”, conta Roger Colque, imigrante.

Acontece que, mesmo depois que aprendem, não muda muita coisa. “Meu horário de trabalho é de sete horas da manhã até dez horas da noite”, diz Feliz Mamani.

É que tem muito imigrante disputando trabalho aqui e o que é mais doído pra eles: o patrão que explora o trabalhador, muitas vezes, é alguém do mesmo país.

“Meus próprios compatriotas me fizeram a vida impossível. Nos trataram mal, tanto a mim como a meu esposo, meus filhos”, conta uma boliviana.

Nieves veio ilegalmente para o Brasil há quase dois anos. Agora, conseguiu a anistia para ela, o marido e o filho. A conquista reacendeu o sonho que trouxe a família para cá.

“No Brasil, trabalhando, nós podemos ter uma vida boa. Às vezes o que em nossos países não temos, aqui podemos ter”, fala.

“Você pode ascender socialmente e você tem muitas outras oportunidades de trabalho a não ser aquela de ficar eternamente costurando”, diz Padre Mário Gerema, pastoral do Imigrante.

FONTE: http://g1.globo.com/jornaldaglobo/0,,MUL1415195-16021,00-A+VIDA+DOS+IMIGRANTES+EM+SAO+PAULO.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário