(por Alexandre Pelegi)
Quando fazia faculdade no início dos anos 70 máquina de calcular eletrônica era ouro em pó. Poucos a tinham porque o preço era exorbitante, equipamento que só podia ser comprado importado dos EUA. Um professor causou espanto numa aula a que assisti quando disse que em poucos anos aquele equipamento seria vendido por camelôs nas ruas a preço de banana.
Dito e feito: hoje topamos com todo tipo de parafernália eletrônica, e a velocidade como os equipamentos se tornam obsoletos é espantosa. Tudo dura muito pouco, e mesmo quando queremos que dure um bocadinho mais, descobrimos que o produto foi fabricado propositalmente para quebrar em poucos meses de uso.
O que fazer com o equipamento que não serve pra mais nada?
Já perdi a conta de quantos equipamentos eletrônicos descartei nos últimos 5 anos, e comecei a imaginar esse lixo todo ocupando um mesmo lugar no espaço. Assim como eu, milhões de pessoas ao redor do mundo têm o mesmo dilema. Resultado: nos tornamos produtores de lixo. Gastamos nosso dinheiro em busca de horas de prazer e o resultado final é um monte de entulho a ocupar perigosamente o planeta.
O consumismo desenfreado reflete a urgência com que lidamos com a vida. Tudo o que temos só vale para o agora, nada é perene, duradouro. Nos acostumamos a ver o lixo como o destino final para tudo o que temos. Até nas relações afetivas as novas gerações lidam com o sentido do descartável. Se antes um namoro durava a vida útil de uma vitrola, hoje a meninada prefere “ficar”, e troca de parceiro como substitui telefone celular.
Quando o que temos dura pouco é inevitável que acabemos perdendo o sentido de apego. Só faz sentido o que podemos ter, jamais o que temos. O poder de consumir acaba valendo mais do que aquilo que consumimos... É quando somos consumidos por nossa própria angústia.
Fonte: http://www.primeiroprograma.com.br/site/website/news/show.asp?nwsCode={474B295A-0DD1-443C-AAD8-22C75AC7A323}
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