* NOTICIA - Tremor não causou danos em Curitiba

Segundo professor da UFPR, terremoto foi causado pelo afastamento da África com a América do Sul, por abertura da crosta terrestre.

O Corpo de Bombeiros de Curitiba atendeu a 20 ocorrências na noite de terça-feira (22), a partir das 21h09, quando foram sentidos tremores de terra na cidade. Apesar do susto, segundo os Bombeiros, não houve nenhum dano estrutural em razão dos tremores e ninguém ficou ferido. Os trabalhos de verificação dos Bombeiros terminaram por volta das 22 horas.
No Paraná, além de Curitiba, foram sentidos abalos em Piraquara e São José dos Pinhais, região metropolitana, e em Ponta Grossa nos Campos Gerais. Segundo o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB) o tremor ocorreu a 270 km de Praia Grande, São Paulo, por volta das 21h e durou cerca de cinco segundos. O epicentro foi localizado no Oceano Atlântico. Nos estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro o tremor também foi sentido.

De acordo com o professor Donizeti Giusti, do departamento de Geologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), os tremores foram mais forte próximos ao epicentro. “Como Curitiba está a quase 400 quilômetros do local, a energia se dissipou bastante”, explicou.
O professor afirmou que o fenômeno foi um terremoto de baixa magnitude. “De Norte a Sul do Brasil existtem uma série de falhas geológicas. Esse terremoto que ocorreu nas costas brasileiras, aproximadamente entre 200 a 300 quilômetros da costa, estatisticamente acontece a cada 10, 15 anos”, esclareceu Giusti.
No Brasil acontecem terremotos de baixa a média intensidade, de 4 a 5 graus na escala Richter, segundo o professor. Quando acontecem terremotos no Brasil são em razão do afastamento da África com a América do Sul, de acordo com o professor da UFPR. “São esforços tensionais, abertura da crosta. Nos Andes acontece o encontro de placas tectônicas, essa é a grande diferença”, afirmou.
A escala Richter é logarítmica, o que significa que o nível 6 é 10 vezes mais forte que o 5. “Ontem (terça-feira) foi de baixa a média magnitude. Acima de 6 graus já se pode esperar algum problema estrutural, como a aparição de rachaduras”, definiu.
Leitores da versão online Gazeta do Povo deixaram mais de 50 comentários onde relatam o que sentiram com o terremoto no Paraná. A maior parte das declarações são de pequenas percepções, como sofás tremendo e lustres balançando. Segundo o relatório do Corpo dos Bombeiros, os bairros de Curitiba que sentiram o tremor foram: Boa Vista, Batel, Hauer, Novo Mundo, Portão, Centro, Água Verde, Vila Izabel, Alto da XV, Santo Inácio, Juvevê e Pinheirinho.
Novos tremores
Segundo o chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), professor Lucas Vieira Barros, nos próximos dias novos tremores podem ser sentidos no Brasil. "Sempre que acontece um tremor de terra, é possível haver outros, que nós chamamos de pós-abalos. A gente espera que os que vão acontecer não tenham magnitude maior", afirmou à reportagem do G1.