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sábado, 26 de abril de 2008

* ESTUDO - Apoteose

A nova escalada renova a expectativa e a apreensão. No Sinai, através de um mediador, Deus está prestes a outorgar a Lei ao Seu povo. O arraial hebreu, outrora afligido debaixo de pesado jugo, foi retirado da casa da servidão com mão e braço forte. Enfim a liberdade! Israel regozija. O povo, agora, não é mais escravo. Com cânticos e júbilo celebra o fim dado ao opressor. O Eu Sou, lembrou-se das aflições e tormentos impostos na Terra do Egito e intervém: sangue, rãs, piolhos, moscas, pestes, úlceras, saraiva, gafanhotos, trevas e por fim a morte. Faraó, exaltado semelhante a um deus, é ultrajado e desbaratado.
Instigado pela ira, movido pelo orgulho, em violenta e sanguinária perseguição, tem sua sede de vingança saciada nas águas salgadas do Mar Vermelho. Insensato faz sucumbir, perecendo mar adentro, carros e cavaleiros. Recordou o Todo-Poderoso da aliança feita com Abraão, Isaac e Jacó, da qual, nenhum til ou vírgula jamais se omitiu. No kairós cumpre-se a promessa. Deus é e permanece fiel. Em tempo hábil a oportuna providência. O livramento divino acontece na hora e no momento exato.
No Sinai, outra vez, Deus fala a Israel.O monte fumega e estremece! – oportunidade impar para tributar adoração e gratidão ao eterno pelo livramento extraordinário e celebrar a grandeza e a majestade do Deus de Israel –. Ao raiar do terceiro dia em meio a relâmpagos, nuvens, trovões e trombetas o povo se consagra para o encontro. Entretanto, a excessiva demora de Moisés, soa como mau presságio. Um sinal evidente de que a campanha do mediador havia fracassado. A descrença generalizada se estabelece. Atordoado o povo põe em xeque a autoridade do grande legislador. Aarão, coagido, propõe como saída para o problema, um meio alternativo. A questão mal resolvida custa caro a Israel. Moisés dessa depressa! – Brada o Senhor –. Moisés apressa-te em descer o povo se corrompeu! Como alguém que prova tantos benefícios pode desviar-se tão repentinamente da verdade? A afirmação divina é inequívoca, inquestionável e, ao mesmo tempo, desoladora!

Adiante, a irrefutável verdade: no arraial o som que se ouve não é de vencedores nem de vencidos. Animados pelo mosto, embalados pela música e danças o povo levantou-se de madrugada para divertir-se. Em desmedida orgia, celebra culto à fertilidade, diante da imagem de um Bezerro de Ouro. Em visível apoteose o homem deifica a si mesmo e adora a obra da suas mãos. Liberto do fardo egípcio, na primeira oportunidade, faz-se escravo, nas próprias ações. O mau cheiro da carnalidade, impregnado no festival de sensualidade, infestou o Sinai. Ao pé do monte Israel quebra o mandamento divino e Moisés as tábuas da lei. Hoje, ao som de tambores, multidões assemelham-se ao acontecido no Sinai. Indiferentes à vontade do Senhor e a tudo que declara as escrituras, buscam, a qualquer preço, satisfazer seus desejos hedonistas. Amante de si mesmo, o homem, torna-se mais amigo dos prazeres do que amigo de Deus.
Contudo, prossegue o Senhor em Seu intento de revelar-Se ao homem. O Sinai, assim como o Calvário, são expressões do Seu sublime amor. Em Moisés, a lei foi escrita em tábuas, em Cristo, a graça é escrita nos corações. A nova aliança acena chamando ao descanso os cansados e oprimidos. A cruz conclama todos a congregarem em arrependimento. Assim como Israel necessitou esperar ao pé do Sinai o regresso do mediador, somos instigados a olharmos aos céus e aguardar a vinda do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.
Por fim, é oportuno lembrar que na sedição do Sinai, pereceram mais de três mil almas. Hoje, bem pior que os bezerros de ouro, são os deuses de carne e osso que, com sutileza, engano e perversidade induzem ao erro. Amar o presente século é explícita negligencia a sua voz. Desfalecer, caso Sua vinda tarde, diante dos embaraços e das questões intermináveis deste tempo representa um grande erro que, assim como a Israel, também, pode ser fatal.

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