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sexta-feira, 28 de março de 2008

* CURIOSIDADE – Antigo Egito, A Crença na Vida Após a Morte



Por Rodrigo S. Bruno


Localizada no norte do continente africano, seguindo as margens do conhecido rio Nilo, surgiu umas das mais fascinantes e duradouras civilizações da história: A Egípcia.
Até hoje ela desperta o interesse de estudiosos ao redor do mundo. Seus maiores símbolos são as gigantescas pirâmides, que por vários séculos e séculos vem encantando e despertando a curiosidade de multidões pelos quatro cantos do planeta.
A primeira construída é conhecida como Sakará, data do Império Antigo (período de 3.200 à 2.300 antes de Cristo) e foi projetada pelo arquiteto Imhotep, a pedido do faraó Djoser. Era uma pirâmide com características escalonadas (degraus), de cerca de 60 metros de altura. As pirâmides plenas (lisas), como conhecemos hoje, apareceram a partir da IV Dinastia egípcia (2.600 à 2.500 a.C.); foi no reinado do faraó Snefru que elas surgiram. Seu filho, o faraó Cufu, utilizando-se de tal conhecimento construiu sua grande pirâmide com cerca de 146 metros de altura. Foram utilizados cerca 2 milhões e 300 mil blocos de calcário e Turah; cada um com cerca de 2 toneladas e meia, e alguns outros blocos de ângulos com 15 toneladas cada.
As pirâmides foram sendo construídas ao longo de toda a civilização faraônica, sendo hoje, as mais conhecidas, consideradas uma das sete maravilhas do mundo antigo, aquelas erguidas na planície de Gizé.
Mas para que serviam as pirâmides? Qual sua real função?
A resposta é simples: serviam de morada mortuária para os faraós, os deus e reis egípcios, numa só pessoa.
Para entender isso é necessário conhecer um pouco das crenças religiosas dos antigos egípcios. Para eles, quatro elementos formavam o ser humano: O ba (a alma), o khu (centelha do fogo divino), o ka (réplica imaterial do corpo), e o kat (o corpo em si). Como acreditavam em vida após a morte, pensavam que esses quatro elementos precisavam manter-se intactos após o falecimento. Os elementos espirituais eram preservados através de orações. O corpo devia ser conservado e protegido, e umas das funções das pirâmides era assegurar a devida proteção e integridade do corpo no seu interior, para garantir sua imortalidade. Com o tempo, os egípcios foram desenvolvendo novas técnicas de construções de túmulos cada vez mais sofisticados, para que o espírito do morto desfrutasse da melhor forma seu novo estado de vida, que começaria depois do julgamento do deus Osíris (deus das trevas), que pesava suas virtudes e pecados, e a partir daí sentenciava a vida eterna renovada ou uma segunda e definitiva morte.
Para proteger os restos mortais do cadáver, permitindo assim que o espírito do morto habitasse seu corpo, os egípcios realizavam uma complexa técnica de embalsamamento que poderia durar até setenta dias, dependendo da classe social da pessoa. A de um pobre durava um ou dois dias no máximo. Nesta técnica usavam compostos de sais especiais e resinas que preservavam e secavam o corpo, transformando-o em uma múmia enrugada. De forma geral o processo decorria assim: Primeiro era extraído o cérebro pelas narinas, com um gancho de ferro – mas apenas uma parte dele; o resto era deslocado com o auxílio de drogas. Em seguida, usando uma pedra cortante faziam uma incisão (talho) ao longo do flanco e retiravam os órgãos do morto (os olhos também eram retirados). Na parte interna, já limpa, passavam vinho de palmeira e pulverizavam substâncias aromáticas; depois enchiam o ventre com mirra triturada, cássia e outros aromas conhecidos; e voltavam a cosê-lo (costura-lo). Impregnavam o cadáver de sal e mergulhavam-no em natrão durante setenta dias. Passado esse período, lavavam a múmia e envolviam-na em tiras finas de linho, embebidas em uma goma que os egípcios usam como alternativa à cola. A medida em que as faixas iam sendo enroladas, jóias e amuletos iam sendo adicionados as ataduras (o que fez com que muitas múmias fossem desenfaixadas pelos saqueadores à procura de jóias).
O coração também era mumificado e devolvido ao seu lugar de origem antes do enfaixamento do cadáver. Os outros órgãos, após serem tratados, eram depositados em vasos conópicos estocados na câmara funerária.
Após todo esse processo, o corpo era entregue à família do morto, e a múmia era submetida à cerimônia de “abertura da boca”. Assim, preparada para comer, beber e falar, ela estava finalmente pronta para ser levada a sua sepultura e morada eterna: a pirâmide.
Dotados de conhecimento e costumes intrigantes, a civilização egípcia ainda tem muito a nos revelar; estudar sua história é um trabalho tão prazeroso quanto desafiador. Afinal, estamos tratando de uma sociedade milenar, que teve grande influencia para as gerações futuras. Remontar seu passado, é como voltar no tempo, ganhar um passaporte para uma comunidade há séculos desaparecida.

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