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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sequestradores escolhem vítimas através de perfis na internet‏

Um estudante de 19 anos foi mantido refém em uma casa, a 150
quilômetros de Sorocaba, em Ilha Comprida, Litoral Sul Paulista.

O que você vai ouvir agora é o desespero de um pai, que tenta negociar
a liberdade do filho com um sequestrador.

- Nós não temos dó, não temos piedade. Se precisar matar, a gente vai
matar. Quem vai chorar é você.

- Não faça isso, pelo amor de Deus.

- Cara, nessas horas, você não lembra de Deus. Porque você está
falando com o Diabo, você está falando com o demônio.

Um estudante de 19 anos é mantido refém em uma casa, a 150 quilômetros
de Sorocaba, em Ilha Comprida, Litoral Sul Paulista.

Segundo a polícia, quem negocia o pagamento do resgate com o pai da
vítima é Luiz Gasparini, de 25 anos. Ele seria o chefe da quadrilha.

- Ele é uma criança ainda, rapaz.

- É uma criança, mas para mim não serve para nada. A vida para mim,
não vale nada. Se não, não estava fazendo o que faço.

Depois de cinco dias de cativeiro, o estudante foi libertado pela
polícia. Ele contou que passava o tempo todo encapuzado. Nove
sequestradores foram presos. A maioria era de classe média, com idades
entre 19 e 23 anos.

Um dos acusados morava em um sobrado. Outro é de uma família de
empresários de renome na região de Sorocaba. As investigações apontam
que, em um mês, a quadrilha praticou dois sequestros e tinha uma lista
de novas vítimas.

- Nós só damos o bote certo e a vítima é escolhida. Nós sabemos quem
tem dinheiro e quem não tem. A gente não vai catar um mendigo, um
pobre, sabendo que não tem nada.

O que chamou a atenção da polícia nesse caso foi a forma como os
jovens sequestradores descobriam o perfil e a rotina das vítimas: a
quadrilha escolhia as pessoas sem sair de casa. Tudo era feito pela
internet.

Segundo a polícia, os criminosos passavam horas e horas em sites de
relacionamento, à procura de pessoas com sinais de riqueza. Os
sequestradores olhavam principalmente as fotos, para saber, por
exemplo, como era a casa da família e se a possível vítima fazia
viagens para o exterior.

“O veiculo que possui, a empresa que trabalha, tudo isso serve de
informação para que os criminosos possam iniciar um levantamento, para
posteriormente cometimento de roubos, sequestros e outros crimes”
afirma o delegado Wilson Negrão.

Depois, integrantes da quadrilha passavam a frequentar os mesmos bares
e danceterias da vítima escolhida pela internet. Tudo para ter certeza
da situação financeira da família. Esta semana, ao Fantástico, o pai
do estudante mantido refém em Ilha Comprida reconheceu que o filho
expôs informações demais na internet.

“Ele fica trancado no quarto dele. Acessava quase todos os dias. Todos
os pais tem que estar mais presentes, porque eu não estava muito
presente a isso”, lamenta o pai da vítima.

O pai conta que o momento mais tenso da negociação com o sequestrador foi este:
- Escolhe. Você quer um dedo ou uma orelha de presente? Vou te mandar
ainda hoje. Só te ligo para falar onde está.

- Não, pelo amor de Deus.

- Escolhe o que você quer. Escolhe ou eu arranco os dois.

Logo na sequência, o sequestrador liga para outro integrante da
quadrilha. Eles falam em código, mas fica claro que só não machucaram
a vítima porque a polícia agiu rapidamente.

- Você vai ter que cortar um pedaço de carne para nós, lá do churrasco.
- Verdade mesmo?

- Verdade. Mas tem que ser a orelha do porco.

O que eles fazem é um terror na cabeça da gente. Eu mantive o controle
porque eu estava comprando a vida do meu filho. Para mim, era tudo o
que eu queria.

O delegado, que investiga o caso, diz que os sequestradores queriam
até contratar uma pessoa para cuidar dos ferimentos das próximas
vitimas: “eles estavam tentando pagar um curso de enfermagem para uma
pessoa, para que essa pessoa ficasse no cativeiro, junto com os
reféns.

Mas como participar de redes sociais e não se tornar alvo de bandidos?

Este especialista em segurança na internet e colunista do G1, o portal
de notícias da Globo, Altieres Rohr, dá uma dica muito importante: “na
duvida, e melhor reter a informação, qualquer rede social hoje, ela
tem controles de privacidade, onde você pode definir quem vai poder
ver tal conteúdo, quem vai poder visualizar tais fotos.

Para que só aquelas pessoas que você realmente conhece, que não vão
comprometer você de nenhuma forma tenham acesso.”

“Pesadelo que a gente nunca mais quer passar e não deseja para mais
ninguém uma coisa dessa”, diz o pai da vítima.


FONTE: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1610463-15605,00-SEQUESTRADORES+ESCOLHEM+VITIMAS+ATRAVES+DE+PERFIS+NA+INTERNET.html

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