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segunda-feira, 2 de junho de 2008

* ECONOMIA - Promoções mantêm vendas altas

Disposta a bater mais um recorde de vendas, a indústria automotiva deu início à temporada de promoções, descontos e lançamentos de novas modalidades de financiamento para driblar a alta dos juros e dos preços dos veículos. Depois de esticar os prazos para até 84 meses no ano passado, as empresas do setor apostam agora em planos que permitem ao cliente pagar prestações menores e deixar o pagamento de até 50% do valor do carro para o fim do financiamento. Tudo para reduzir o impacto por mês no bolso do comprador, que ainda pode sair da concessionária com “brindes” que vão desde emplacamentos e kits de acessórios até televisores 29 polegadas, tratamentos estéticos, vales-compra e viagens.
Embalado pelo crédito farto, o setor espera um crescimento de 18% a 20% nas vendas em 2008, depois de bater recorde em 2007, com 2,34 milhões de automóveis e comerciais leves emplacados. O volume de financiamentos – cerca de 70% das vendas do setor são feitas a prazo – deve alcançar R$ 140 bilhões, segundo cálculos da Associação Nacional dos Bancos e Montadoras (Anef), em alta de 15% a 20% na comparação com 2007.

A investida em promoções ocorre em um momento em que as montadoras aceleram a produção e as filas de espera nas concessionárias, que vinham ocorrendo desde o fim do ano passado, diminuem. Até meados de maio as montadoras estavam ajustando a oferta à demanda, reflexo ainda do forte ritmo de vendas de 2007. De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), pelo menos 15% dos compradores de automóveis e comerciais leves vendidos em Curitiba nos últimos meses tiveram que enfrentar uma fila de espera que variava de 30 a 60 dias. “Com essa conta equilibrada, é natural que as empresas passem a investir mais em promoções. Teremos mais agressividade das marcas no mercado”, aposta o diretor regional da entidade, Luiz Antonio Sebben.
Para 2013
Um exemplo dessa tendência foi dado pela Fiat, que lançou em um feirão, há 15 dias, uma promoção inédita que permite ao cliente “jogar” até 30% do valor do veículo para uma parcela única a ser paga apenas em 2013. “A procura foi muito boa e a rede deve voltar a ofertar essa modalidade, que tem tudo para se tornar um produto de prateleira para o cliente”, adianta Ademílson Alano, gerente de vendas da Fiat Florença. Segundo ele, 15% das vendas do feirão foram realizadas nessa modalidade. A previsão é de um aumento de 30% nos negócios em 2008. “O ritmo está muito forte, com 500 carros vendidos por mês”, afirma Alano.
A General Motors oferece planos de até 48 meses em que o comprador pode pagar de 30% a 50% do valor do carro no fim do prazo de financiamento. Mas, ao contrário da Fiat, a GM exige uma entrada mínima de 20%. “Hoje o cliente está muito mais interessado no tamanho da parcela do que nos juros que está pagando. Os prazos ampliaram, no passado, justamente para que a prestação coubesse no bolso. Agora, o cliente começa a ver que esses prazos são muito longos. Daí vem a tendência da flexibilização dos financiamentos, que permitem o pagamento de um valor ainda menor”, diz Gunnar Murillo, diretor de vendas do banco GMAC, ligado à General Motors. A expectativa do banco é fechar 6 mil contratos nessa modalidade em 2008 em todo país, o que equivale a 5% da carteira da instituição. “Em 2009, esperamos chegar a 20 mil”, diz.
Sorteios
Na briga para atrair o cliente, grande parte das montadoras antecipou o lançamento de modelos 2009. As revendas, por sua vez, apostam na criatividade para chamar o comprador para suas lojas. Nessa estratégia, vale desde sorteios de celulares, vales-compra em supermercados, viagens para o Costão do Santinho, em Santa Catarina, até a distribuição de televisores para chamar a atenção do consumidor. “Todo mundo faz uma ação localizada mais agressiva para levar o cliente para sua lojas”, diz Eros Nicanor Nics, diretor comercial do grupo CCV, que espera um crescimento de 20% nas vendas em 2008. “Em alguns produtos cortamos os juros, em outros damos o emplacamento”, exemplifica.
A Honda também retomou a moda da prestação-balão e oferece um plano com quatro parcelas intermediárias ao final de cada ano, com pagamento de 10% do preço do veículo. “São quatro balões, que permitem que o cliente use o décimo terceiro para quitar as parcelas maiores. É uma vantagem, porque o valor das parcelas na maior parte do período fica bem mais baixa”, explica Edenílson Reinhardt, gerente comercial da Niponsul.

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